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A Voz de Matosinhos

2024/03/06

Primeiro satélite desenvolvido em Portugal (Matosinhos) foi lançado na Califórnia

Concelho

O CEiiA é o proprietário do satélite e foi responsável pelo desenvolvimento da estrutura e pela integração completa.

Portugal preparou-se para um momento histórico com o lançamento do MH-1, o primeiro satélite totalmente desenvolvido, construído e operado no país. A missão teve lugar no dia 04 de março, pelas 22 horas (hora de Portugal continental), a partir da base da Space-X na Califórnia, EUA.

Este marco notável é fruto de uma parceria internacional entre o CEiiA  (Centro de Engenharia Desenvolvimento de Produto) e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), liderada pela Thales Edisoft Portugal. O projeto envolveu um consórcio de 12 entidades portuguesas, incluindo as empresas SpinWorks e Dstelecom, as universidades do Minho, Porto e Algarve, o Instituto Superior Técnico (IST), o CoLab + Atlântico, o Okeanos e o Air Centre.

 

Desenvolvimento e Operação do MH-1

O CEiiA assume a propriedade do satélite, tendo sido responsável pela sua estrutura, integração completa, testes de qualificação e logística de lançamento. A operação do MH-1 estará a cargo da GEOSAT, empresa participada do CEiiA e da Omnideia.

O satélite está equipado com uma câmara hiperespectral da Spinworks e sistemas de comunicação da Dstelecom. A Thales contribuiu com o software, estação terrestre, primeiros testes após o lançamento e o primeiro ciclo de operação. A Opencosmos desempenhou um papel crucial na logística de suporte ao lançamento, enquanto a ANACOM teve um papel fundamental no processo de licenciamento do satélite.

 

Transformação de Protótipo em Satélite Operacional

Rui Magalhães, diretor da unidade de Espaço do CEiiA, destaca que “um dos principais desafios do projeto Aeros, que em junho era um protótipo, foi transformá-lo num “sistema espacial voador”, o MH1.

Dava Newman, astronauta, ex-administradora da NASA e professora do programa Apollo para astronautas no MIT, enaltece o desenvolvimento do projeto Aeros, que superou todas as expectativas ao transformar um protótipo num sistema espacial operacional. Dava Newman sublinhou que a parceria entre as instituições portuguesas e as universidades internacionais como o MIT é essencial e deve ser mantida. “Resulta em nova formação e empregos altamente qualificados de uma nova geração de engenheiros líderes de sistemas multidisciplinares do nosso futuro espacial e do nosso futuro aqui na Terra. Estamos a formar os futuros líderes em setores importantes como clima, espaço, oceanos, urbanismo, mobilidade e energia”, acrescentou.

O lançamento do MH-1 representa um passo crucial na estratégia espacial portuguesa, abrindo caminho para o desenvolvimento da primeira família de satélites de alta e muito alta resolução, já em curso no CEiiA em parceria com a Opencosmos (Inglaterra) e a OHB (Alemanha).

Esta nova geração de satélites irá substituir os atuais satélites operados pela Geosat e integrar a Constelação do Atlântico, reforçando a participação portuguesa no panorama espacial europeu.

 

Fonte e Foto: CCDR-N

 

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