O PCP quer ouvir o ministro do Ambiente, a Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal e a Fiequimetal (sindicato) no Parlamento, sobre a "situação social decorrente do encerramento da refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos", e o "incumprimento das promessas realizadas pelo Governo".
O requerimento ao presidente da Comissão de Ambiente e Energia foi entregue na passada sexta-feira.
"Com este fecho, injustificável do ponto de vista económico e ambiental, foram descartados cerca de 430 trabalhadores da Petrogal/Galp da Refinaria de Matosinhos, mais 600 que diariamente laboravam nas cerca de 100 empresas que operavam na zona, além dos 2500 trabalhadores cujos postos de trabalho dependiam da Refinaria", sublinham os comunistas.
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O PCP afirma que foram feitas promessas aos trabalhadores, designadamente de formação profissional e de reintegração em outras atividades, com fundos da "transição justa" destinados a esses objetivos.
"Passados mais de dois anos do anúncio do encerramento da refinaria, nenhuma destas promessas foi cumprida. Quanto mais tempo passa, menor é a garantia de que qualquer medida chegue efetivamente a estes trabalhadores", acrescenta o requerimento.
O PCP reitera críticas ao processo de encerramento e entende que os 60 milhões de euros destinados pelo Fundo de Transição Justa a Matosinhos "só muito lateralmente poderão vir a significar a criação, em tempo oportuno, de novos postos de trabalho".
"É profundo o contraste entre, por um lado, a situação social que enfrentam os trabalhadores e, por outro, os lucros milionários da Galp (mais de 1000 milhões de euros em 2022)", continua o PCP. "A Galp está no pelotão da frente para vir a ser contemplada com mais de 450 milhões de euros no contexto do PRR/Agendas, tornando-se a empresa privada com maior quinhão de financiamento, ao mesmo tempo que não dá resposta à situação dos trabalhadores", argumenta, ainda, sublinhando que "o Governo tem de ser chamado à responsabilidade".