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A Voz de Matosinhos

2023/04/19

"Medida de desespero". Cooperativa de Matosinhos sobre 'Mais Habitação'

Concelho


O presidente da Cooperativa de Habitação As Sete Bicas, em Matosinhos, no distrito do Porto, classificou hoje o programa Mais Habitação do Governo como uma "medida de desespero", porque visa "correr atrás do prejuízo".

“Oprograma mostra uma situação de desespero de quem, de um momento para o outro, é confrontado com enormes necessidades e sem respostas. Num dado momento é preciso encontrar uma solução e, então, deitam mãos a tudo de uma forma global", afirmou Guilherme Vilaverde em entrevista à Lusa a propósito dos problemas da habitação atualmente existentes em Portugal.

Na sua opinião, o Mais Habitação visa "recuperar o tempo perdido" de uma "falta de estratégia" no setor que não é apenas deste Governo de António Costa, mas dos executivos dos últimos 20 anos.

E acrescentou: "O Governo vê-se desesperado e avança em várias frentes."

Quanto às cooperativas de habitação, Guilherme Vilaverde considerou as medidas previstas no programa "muito parcas", sem, contudo, pôr em causa a "boa intenção" das mesmas.

Para o presidente desta cooperativa de Matosinhos, é positivo o Governo prever a disponibilização de solos ou edifícios públicos para construção ou reconversão de casas para arrendamento acessível às cooperativas, mas tem de ser mais do que uma proposta.

Isto porque, ressalvou, tendo em conta o padrão atual de necessidades que existe, estas medidas vão ser "uma pitada, uma pedrada no charco".

Além da dificuldade que antevê de colocar em marcha um movimento de cooperativas de habitação, Guilherme Vilaverde lembrou que casas não são coisas que se façam de um dia para o outro.

O dirigente sublinhou que, nos últimos anos, as cooperativas não têm estado e não estão na moda porque perderam as suas condições de trabalho.

Mas, frisou, o problema não é só esse, é também a falta de motivação das pessoas em querer fazer parte da solução.

"As próprias pessoas hoje também não estão tão motivadas, estão como que adormecidas à espera que alguém lhes resolva o problema da habitação", salientou Guilherme Vilaverde.

E para que as cooperativas voltem a ter importância é fundamental que as autoridades lhes deem um "empurrão" e não apenas "manifestações de boas intenções", considerou.

Por isso, defendeu a criação no Ministério da Habitação de um departamento que trabalhe diretamente com as cooperativas para que estas relancem ou iniciem a sua atividade.

No seu entender, o desaparecimento das cooperativas do mercado de promoção de casas a custos controlados para a classe média foi uma "grave lacuna". E, neste momento, há uma emergência no retorno das cooperativas, mas isto só será possível se de facto houver primeiro um conhecimento profundo de como se pega nestas, algo que não se faz de cima para baixo, concluiu.

 

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