O caso das duas jovens que foram filmados, agarradas ao exterior de uma carruagem do Metro do Porto, em Matosinhos, num comportamento negligente e perigoso, infelizmente não é novo e tem-se tornado cada vez mais frequente. Apesar dos riscos elevados e das graves consequências que esta prática pode ter, como a morte, alguns jovens continuam a desafiar o perigo e a colocar a sua vida em risco.
Este fenómeno, que surgiu em Portugal em 2015, conhecido como “trainsurfing” ou “andar à guna“, consiste em agarrar-se à parte exterior de comboios ou metros em movimento, geralmente para evitar pagar bilhete, pelo risco que oferece ou simplesmente para se exibirem nas redes socias. Apesar de ser proibido e extremamente perigoso, a Metro do Porto reconhece que “acontece com frequência” mas não há capacidade para detetar todos os casos existentes.
Infelizmente, este tipo de comportamento já resultou em mortes, como a de uma menor em 2018 na estação do Senhor de Matosinhos do Metro do Porto, em 2019 na Linha de Sintra e em 2023 na Linha de Cascais, na estação de Santo Amaro de Oeiras. Mesmo com a ocorrência de casos trágicos, a prática persiste, como demonstrado por vídeos que circulam nas redes sociais, como o recente caso na Avenida da República, em Matosinhos.
Embora a Metro do Porto admita que a fiscalização nem sempre consegue detetar todos os casos, a empresa apela ao bom senso dos jovens e alerta para os riscos elevados desta prática. As autoridades também devem redobrar esforços para combater o “trainsurfing” e sensibilizar os jovens para os perigos que este comportamento representa.
A vida não tem preço e o risco de morte ou ferimentos graves é demasiado elevado para se justificar andar agarrado à parte exterior de um comboio ou metro. É importante que os jovens compreendam as consequências das suas ações e que optem por comportamentos responsáveis e seguros.