O arquiteto brasileiro Gabriel Weber foi o vencedor da 20ª edição do Prémio Fernando Távora, distinção anunciada ontem no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Instituído em 2005, o galardão visa perpetuar a memória do arquiteto Fernando Távora, valorizando “a viagem enquanto instrumento de formação e de apoio à prática profissional do arquiteto”.
Organizado pela Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitetos em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos, a Casa da Arquitetura e a Fundação Marques da Silva, o Prémio Távora consiste na atribuição de uma bolsa de viagem no valor de 6.000 euros para a melhor proposta de viagem de investigação apresentada.
O arquiteto brasileiro Gabriel Weber foi distinguido pela proposta “Do Benim ao Benim: Projetos Marginais, Arquiteturas Radicais”, onde se debruça sobre a arquitetura dos Agudás, afro-brasileiros escravizados que conseguiram a liberdade no Brasil e retornaram a África, mais precisamente ao Golfo do Benim, e que aplicaram os seus conhecimentos e habilidades técnicas adquiridos no Brasil num novo estilo de arquitetura, que se tornou dominante na antiga cidade de Lagos, na Nigéria, no final do século XIX.
Natural do Rio de Janeiro, onde nasceu em 1997, Gabriel Weber é mestre pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP). Ganhou o Prémio Viana de Lima em 2023 de melhor média do curso às disciplinas de Projeto. Transferiu e reiniciou a formação na FAUP em 2017, após um incêndio atingir o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde estava a tirar o segundo ano. É autor do livro Manual de Prácticas del Autobús - 474 Jacaré Copacabana (Barcelona: NoLibros, 2024), um desdobramento da sua dissertação de mestrado, finalista do Archiprix Portugal em 2023.
Fonte/Foto: CM Matosinhos