O primeiro-ministro marcou presença num encontro com os militantes socialistas para uma sessão de esclarecimento sobre o pacote 'Habitação +'.
Cerca de 200 professores marcaram presença, na noite de terça-feira, junto ao cinema Constantino Nery, em Matosinhos, para receberem o atual primeiro-ministro, António Costa, em manifestação contra as medidas do governo para o setor laboral dos professores.
Para garantir a segurança de António Costa, foi acionado um forte dispositivo da PSP para a avenida Serpa Pinto.
António Costa, que também é o secretário-Geral do Partido Socialista, deslocou-se a Matosinhos, para um encontro com os militantes para uma sessão de esclarecimento sobre o pacote 'Habitação +'.
Estiveram presentes, no auditório do Cinema Constantino Nery, cerca de 150 militantes.
Entre as reivindicações, Vladimiro Campos destacou a necessidade da classe docente ter “ajudas de custo” quando colocados em escolas longe da sua residência, bem como ver atualizadas as suas carreiras.
“Com quase 50 anos, continuo no 4.º escalão a ganhar mil e poucos euros. Não era isso que eu perspetivava. Tenho dois filhos e não tenho perspetivas de futuro”, referiu, acrescentando que os professores são uma classe profissional “mal-tratada”.
“Não há respeito”, observou, dizendo que os professores “chegaram a um limite”.
Também à Lusa, Susana Bento, professora no Agrupamento de Escolas Abel Salazar, em Matosinhos, disse que a classe está “farta que o senhor ministro [da Educação] minta”.
“Temos de dizer basta”, referiu Susana Bento, professora há cerca de 30 anos. E acrescentou: “Estamos a assistir a esta degradação da escola pública e só o Governo pode reverter isto”.
No local, o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, tentou, em representação do partido, acalmar os docentes.
“Para o PS a valorização dos professores e da carreira docente é um aspeto muito importante e é por isso que o Governo tem conseguido diálogo e as negociações com o objetivo fundamental de mitigar a precariedade que é sentida pelas professoras e professores do nosso país e também no sentido de terminar com o paradigma da casa às costas”, disse João Torres.
Enquanto João Torres tentava acalmar os professores, estes continuavam a cantar: “Costa, escuta, a escola está em luta”.
Apesar de terem tentado ser ouvidos por António Costa, o primeiro-ministro não se aproximou dos manifestantes, tendo entrado de imediato para o teatro.
As duas manifestações de professores que estavam agendadas para dois dias distintos no Porto e Lisboa serão realizadas no próximo sábado, anunciaram as organizações sindicais promotoras do protesto.