O arquiteto matosinhense Álvaro Siza foi distinguido com o Piranesi Prix de Rome 2025 – Prémio de Carreira, numa cerimónia que teve lugar na Casa da Arquitectura – Centro Português de Arquitectura, em Matosinhos.
A distinção, atribuída pelo Comité Científico do prémio em colaboração com a Ordem dos Arquitetos de Roma e Província e o atelier COR, do arquiteto Roberto Cremascoli, reconhece o conjunto excecional da obra do arquiteto português, referência incontornável da arquitetura mundial contemporânea.
O programa iniciou-se com as saudações de José Manuel Dias da Fonseca e Nuno Sampaio, presidente e diretor-executivo da Casa da Arquitectura, seguindo-se intervenções de Romolo Martemucci, presidente emérito da Accademia Adrianea, Emilio Faroldi, vice-reitor do Politécnico de Milão, Mauro Berta, do Politécnico de Turim, e Federica Visconti e Renato Capozzi, da Universidade de Nápoles “Federico II”.
O curador do Piranesi Prix de Rome, Pier Federico Caliari, apresentou a história e a galeria de honra do prestigiado prémio, que distingue arquitetos cujo percurso se destacou pela relevância cultural e pela capacidade de aliar contemporaneidade e património.
Seguiram-se intervenções dos arquitetos Roberto Cremascoli e Eduardo Souto de Moura, a que se juntaram, mais tarde, Gonçalo Byrne e João Luís Carrilho da Graça, todos anteriores vencedores do Piranesi Prix de Rome.
O ponto alto da cerimónia foi a Lectio Magistralis de Álvaro Siza, um momento de reflexão e partilha no qual o arquiteto revisitou alguns dos episódios mais marcantes da sua carreira, com especial enfoque nos projetos dedicados à valorização e reinterpretação do património cultural.
A entrega formal do prémio esteve a cargo da presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, e da arquiteta Camilla Donantoni, perante uma plateia repleta de alunos, profissionais e admiradores do trabalho de Siza Vieira.
Com este galardão, Álvaro Siza junta-se a uma restrita lista de nomes maiores da arquitetura mundial, entre os quais Rafael Moneo, David Chipperfield, Peter Eisenman, Bernard Tschumi, Yoshio Taniguchi, Alberto Campo Baeza, Eduardo Souto de Moura e Mario Botta.
Nascido em Matosinhos em 1933, Álvaro Siza Vieira estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde viria também a lecionar, já na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP). A sua obra, amplamente reconhecida dentro e fora do país, inclui projetos emblemáticos como a Casa de Chá da Boa Nova e a Piscina das Marés, em Leça da Palmeira, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, a Biblioteca da Universidade de Aveiro, a Igreja de Marco de Canaveses, o Pavilhão de Portugal da Expo 98 e o edifício da própria FAUP.
Primeiro português a receber o Prémio Pritzker (1992), considerado o “Nobel da Arquitetura”, Álvaro Siza soma um vasto conjunto de distinções internacionais, entre as quais o Prémio Mies van der Rohe (1988), a Medalha Alvar Aalto (1998), a Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects (2009) e os Leões de Ouro da Bienal de Veneza, em 2002 e 2012.
Fonte/Foto: CM Matosinhos